07 outubro 2010

"De que forma é possível preservar os valores republicanos actualmente?"

No espirito comemorativo do Centenário da República, a questão da semana não poderia ser mais adequada. A resposta será tão simples quanto difícil. A melhor maneira de preservar os valores da republicanos será praticá-los todos os dias no exercício de todas e quaisquer funções políticas, alterando a percepção actual que as pessoas têm dos políticos.
A República Portuguesa é um processo construtivo com “apenas” cem anos (recordando aqui que vivemos quase 800 em Monarquia), pelo que o melhor estará com certeza ainda por vir. Todos temos a responsabilidade de cuidar da nossa Res Publica (“coisa pública”). O Estado (em vez de se servir) tem que servir verdadeiramente os seus cidadãos, para que possa exigir mais dos mesmos em tempos de crise!
Por isso, sem dúvida que, com trabalho, com honestidade, com moralização, com verdade, liderando, “dando o exemplo”, não exigindo nada aos outros que não estejamos nós próprios dispostos a praticar em primeiro lugar, mais do que preservar os valores republicanos, estaremos a praticá-los e a contribuir para a sua evolução.
A República não é um fim em si mesma, carece de aperfeiçoamento, melhoria e adaptabilidade, nomeadamente no que toca à sua Lei Fundamental, a Constituição da República Portuguesa, tendo sempre presente os conceitos de liberdade e democracia, de pluralidade de opinião, sem diferenciação de raça, credo ou género, assente nos Direitos Humanos, defendendo os mais desfavorecidos!

Hugo Cruz
Deputado Municipal PSD
in Tribuna da Assembleia - Jornal do Barreiro 06/10/2010

"Que importância traz o 'Licenciamento Zero' ao tecido económico local?"

Trabalho com empresários e comerciantes ligados ao comércio tradicional. A burocracia e a multiplicidade de taxas e licenciamentos são dos motivos de maior descontentamento, sendo determinantes para não incrementarem o investimento na actividade.
O PSD é defensor da possibilidade dos cidadãos terem um negócio próprio, gerador de valor para si e para o meio que os envolve, contribuindo para o emprego, melhorando as economias locais e o desenvolvimento social. Medidas de desburocratização de actividades de certo modo tipificadas e recorrentes são positivas (salvaguardando a fiscalização). Porém, ainda é cedo para avaliar o impacto que poderá ter o “Licenciamento Zero”. Teremos oportunidade de retomar o tema após a entrada em vigor da medida e verificar a capacidade para a sua execução.
O Governo PS toma decisões centralmente que, não questionando aqui o benefício para os cidadãos, afectam apenas as receitas dos municípios (como fez com o IMI). Os Governos PS impõem aos municípios medidas e em contraponto são completamente ineficazes e incapazes de diminuir a despesa do Estado Central. Para combater a crise do Estado Central, o Eng.º Sócrates segue a via do aumento dos impostos e não a via da redução da despesa defendida pelo PSD.
No Barreiro, com a multiplicidade de grandes superfícies comerciais que abriram e vão abrir, existe o risco de desaparecimento do comércio tradicional. Relembro aqui a decisão da maioria CDU em penalizar os licenciamentos e taxas inerentes ao pequeno comércio em contraste com o que aprovou relativamente a taxas para as grandes superfícies…


Hugo Cruz
Deputado Municipal PSD
in Tribuna da Assembleia - Jornal do Barreiro 15/09/2010

05 outubro 2010

DISCURSO - CENTENÁRIO DA REPÚBLICA

(ASSEMBLEIA MUNICIPAL COMEMORATIVA DE 04/10/2010)

(Cumprimentos):
- Sr. Presidente da Mesa da Assembleia Municipal do Barreiro e restantes membros;
- Sr. Presidente da Câmara Municipal do Barreiro e Senhores Vereadores;
- Senhores Deputados Municipais
- Senhores elementos da comunicação social
- Barreirenses!

Dom Afonso Henriques proclamou-se Rei de Portugal em 1139, tendo a independência sido reconhecida em 1143. Com quase 900 anos de História, Portugal viveu quase 800 em Monarquia.

Um projecto glorioso de um País, uma Nação que chegou a atingir a supremacia Mundial, quer em território, quer em poder de facto, num Mundo “separado” em Tordesilhas. Lisboa cidade-estado, centro do Mundo económico. Com todos os defeitos e virtudes, o mérito dos nossos monarcas e das suas conquistas e descobertas é inquestionável.

Atribuímos novos mundos ao Mundo! Que sorte nós temos! Que rica é a nossa História! Que Glorioso foi o nosso País!

Nos dias de hoje existem ainda diversas monarquias no Mundo e na própria Europa. Bem diferentes das absolutistas de outrora. Existem mesmo apologistas de que grande parte dos países europeus mais desenvolvidos económica e socialmente são Monarquias Constitucionais… Reino Unido, Espanha, Holanda, Suécia, Bélgica… que argumentam em grande conta com o carácter unificador da família real, factor de coesão nacional e de defesa do património histórico.

A Monarquia é de facto o melhor de todos os regimes políticos… quando se é o Rei!

Longe vão os tempos das monarquias absolutistas, porém, um conceito base leva-me a questionar a sua justiça.

Nas suas diversas formas actuais ou passadas (Sagrada, Feudal, Patrimonial, Absoluta, Hereditária, Electiva, Constitucional, etc.) a ideia de existirem um conjunto de pessoas “predestinadas”, superiores, mandatadas por alguma entidade supra natural, com linhagens de sangue que conferem a subjugação ou supremacia para com terceiros…não me convencem, não conseguem merecer a minha concordância.

Pelo artigo 122º da Constituição da República Portuguesa, é definida a elegibilidade do Presidente da República, a saber, “São elegíveis os cidadãos eleitores, portugueses de origem, maiores de 35 anos”.

O artigo 121º define ainda que “o Presidente da República é eleito por sufrágio universal, directo e secreto dos cidadãos portugueses eleitores recenseados no território nacional, bem como dos cidadãos portugueses residentes no estrangeiro…” e isto, minhas senhoras e meus senhores, é para mim o expoente máximo que define um Regime Republicano Democrático! A par da laicidade do Estado, o respeito pelas diferenças, a educação, a ciência, a cultura, o progresso e a modernidade, o respeito pelos direitos humanos, a liberdade e a independência!

A Revolução Republicana em Portugal, e os valores que consagrou, viu o seu impacto e mobilização na sociedade potenciados devido a alguns factores de contexto determinantes, entre eles:
- O poder e influência da igreja;
- A subjugação do País aos interesses coloniais britânicos;
- Os gastos da família real;
- A incapacidade de acompanhar a evolução dos tempos e da modernidade e progresso;
- A instabilidade político-social de um sistema de alternância de dois partidos no poder (um progressista, outro regenerador), e a instituição da Ditadura de João Franco.

Analisando friamente o contexto… não podemos deixar de ter um certo sentimento de deja vu nas nossas cabeças e pensar se o chavão de que “a História repete-se” não é de facto verdadeiro.

Perante um cenário de possível intervenção do FMI no nosso País ou a possibilidade de Portugal recorrer ao Fundo Europeu de Estabilidade Financeira leva-nos a percepcionar a possibilidade de imposição de regras ao País por terceiros, nesta instabilidade política e social, onde parecem existir várias “famílias reais modernas” que também não sabem ou não querem controlar os seus gastos, nem em tempo de crise profunda!

São nos momentos difíceis que o carácter das pessoas e a determinação de um povo, de uma Nação se devem afirmar com maior vigor!

Confrontada com grandes dificuldades económicas e sociais desta crise Global mas com grande especificidade no caso português, que demonstra incapacidade de contenção de custos, a população sente que existem novas formas “de famílias reais” que continuam na sua senda despesista e delapidadora da “coisa pública” (ou como no latim, da Res Publica) e de um Estado que se parece servir cada vez mais dos seus cidadãos, ao invés de os servir!

Não hajam equívocos, O Estado tem que servir os seus cidadãos para que possa exigir mais dos mesmos em tempos de crise! Infelizmente, a “classe política” é actualmente encarada como uma “família real”, sobretudo enquanto exerce funções governativas e de poder.

Como mudar essa percepção? Com trabalho, com honestidade, com moralização, com verdade e com real esforço de poupança de recursos e meios, liderando “dando o exemplo”! Não exigindo nada aos outros que não estejamos nós próprios dispostos a praticar em primeiro lugar!

A República não é um fim em si mesmo, mas sim um método de trabalho que carece de aperfeiçoamento, melhoria e adaptabilidade constantes, nomeadamente no que toca à sua Lei Fundamental, a Constituição da República Portuguesa, tendo sempre presente os conceitos de liberdade e democracia, de pluralidade de opinião, sem diferenciação de raça, credo ou género, assente nos Direitos Humanos, defendendo os mais desfavorecidos!


De facto…


“O pensamento e a ciência são republicanos, porque o génio criador vive de liberdade e só a República pode ser verdadeiramente livre [...]. O trabalho e a indústria são republicanos, porque a actividade criadora quer segurança e estabilidade e só a República [...] é estável e segura [...]. A República é, no Estado, liberdade [...]; na indústria, produção; no trabalho, segurança; na nação, força e independência. Para todos, riqueza; para todos, igualdade; para todos, luz."
—Antero de Quental, in República, 11-05-1870

Minhas senhoras e meus senhores…
Com o crescente distanciamento para com os cidadãos, podemos porventura concluir algo… A nossa República está doente… mas não morta! E estou certo que estes cem anos foram apenas o início de uma longa jornada! Saibamos nós cuidá-la e melhorá-la, para que se aproxime e adapte às necessidades dos seus filhos… OS PORTUGUESES!

Eu sou filho da República e digo-o com Orgulho!

VIVA A REPÚBLICA PORTUGUESA!

VIVA PORTUGAL!


Hugo Cruz
Deputado Municipal
Grupo Municipal PSD – Barreiro

"Em que medida a subida dos impostos em Portugal pode ajudar a combater a crise financeira que o país atravessa?"

Nos últimos 15 anos, 13 foram de Governação Socialista. O carácter despesista, gastador e esbanjador do PS foi uma constante, com especial ênfase no último Governo, a que este se segue. Uma lógica puramente eleitoralista levou à omissão da realidade do País, ao exacerbar do endividamento público e ao engordar do Estado.
Manuela Ferreira Leite disse-o, e disse-o há muito tempo. O PSD veio dizendo a verdade aos portugueses. Mas… não bastou alertar e estar certo… Por isso, cá vamos pagar mais uma vez a factura. Sobretudo trabalhadores por conta de outrém e pensionistas, uma vez que os seus vencimentos já são recebidos líquidos de impostos (não há como fugir!). E em cima disso vem o IVA. De todos os aumentos fiscais anunciados, o que menos concordo é com o aumento da taxa reduzida do IVA de 5% para 6%. Bens de primeira necessidade, sinceramente não compreendo e considero demasiado injusto.
O problema das nossas contas públicas é estrutural, mas nesta fase, com toda a pressão internacional sobre nós, não há margem para erro e são necessários efeitos imediatos, na despesa e na receita do Estado. Temo porém, que este esforço fiscal acrescido se possa traduzir em diminuição da receita… com aumento da fraude e evasão. Para estas medidas serem de facto eficazes e eficientes, carecem de uma fiscalização apertada do Ministério das Finanças na cobrança e monotorização da actividade económica.
A postura do PSD, com forte sentido de Estado, colocando o País à frente de qualquer lógica eleitoralista, vem demonstrar o enorme potencial e qualidade de Pedro Passos Coelho e da sua equipa. Vivemos tempos difíceis… e é nestas alturas que os portugueses têm que se unir e ultrapassar os desafios. Depois… mas só depois… vamos a contas com os responsáveis.

Hugo Cruz
Deputado Municipal PSD
in Tribuna da Assembleia - Jornal do Barreiro - 15/05/2010

"Qual a sua opinião sobre os recentes aumentos aprovados nas taxas municipais?"

Os recentes aumentos aprovados nas taxas municipais traduzem um estranho rumo de aumentos generalizados, em linha com as taxas máximas dos impostos municipais fixadas pela maioria CDU no início do presente mandato (IMI, Derrama e Fixação da Participação Variável no IRS).
O aumento em 7% das tarifas da água, que é tudo menos gradual, é injusto para os barreirenses, numa altura de crise e de dificuldades. Mais uma vez a CDU vem demonstrar o seu estranho sentido de solidariedade. A nível das taxas recentemente aprovadas também pela maioria CDU, verificam-se algumas contradições (ou serão mesmo opções?) que nos incutem um certo nível de perplexidade, como por exemplo no que toca a beneficiar a instalação de grandes superfícies (com mais de dois mil metros quadrados) em detrimento do comércio tradicional e restauração, o que deve ser sublinhado e apontado com grande carácter de injustiça.
De um modo geral, existem fortes aumentos na taxação e receamos que não tenham sido medidos os impactos na actividade local. Parece-nos que o documento aprovado partiu de pressupostos questionáveis e que carece de acompanhamento e monitorização apertados, de modo a que possam a vir ser corrigidas as injustiças que sem dúvida originará e acentuará a partir de 2010. A CDU parece querer, taxando impostos pelo máximo, aumentando taxas e tarifas, que os barreirenses paguem a difícil situação económica e financeira do Município, como se a população fosse a responsável pelo desequilíbrio estrutural das contas e pela gestão das mesmas.

O regulamento e tabela de taxas é um documento muito importante no sentido de incutir estratégias e opções políticas da CMB, não devendo a mesma refugiar-se nos “resultados dos estudos” da empresa contratada para o efeito. Na Assembleia Municipal, a Bancada do PSD votou obviamente contra este documento, cujos efeitos tememos para com os barreirenses e as PME’s do nosso Concelho.

Hugo Cruz
Deputado Municipal PSD
in Tribuna da Assembleia - Jornal do Barreiro - 04/05/2010

22 abril 2010

DISCURSO - 36º Aniversário do 25 de Abril

DISCURSO

36º Aniversário do 25 de Abril

(Assembleia Municipal Comemorativa de 21/04/2010)

(Cumprimentos):

- Sr. Presidente da Mesa da Assembleia Municipal do Barreiro e restantes membros;

- Sr. Presidente da Câmara Municipal do Barreiro e Senhores Vereadores;

- Senhores Deputados Municipais

- Senhores elementos da comunicação social

- Barreirenses!

Na minha primeira aula, de caloiro de Gestão, na Universidade, um Professor Catedrático, verdadeiro Guru da Gestão em Portugal, perante uma assistência de 250 pessoas, pouco depois de iniciar a aula, colocou a seguinte questão:

“Qual é o objectivo de vida de todo o ser humano?”

Silêncio… receio de caloiros…

O professor voltou a insistir…

“Qual é o objectivo de vida de todo o ser humano?”

Silêncio novamente, depois um ligeiro burburinho, olhares cruzados, medo de errar ou parecer estúpido perante um ilustre e perante tamanha audiência…

“Ser rico!” alguém arriscou… Não, respondeu o Professor

“Ter um Ferrari!”… Também Não

“Ser Famoso!”… Não

“Viver para sempre!”… Não

“Ajudar o Próximo!”… Não

“Ter Sucesso com as raparigas!!!”… Risada Geral… Também Não

Após um vasto rol de palpites, o Professor, finalmente, desvendou a resposta, tão profunda, quanto simples…

“O objectivo de vida de todo o ser humano… é ser FELIZ!”…Mas a Felicidade pode ser procurada e encontrada de modo diferente para cada um de nós!”

Nunca mais me esqueci dessa aula, dessa Lição de Vida…

Minhas Senhoras, Meus Senhores,

A Liberdade permite-nos procurar a Felicidade à nossa maneira, mas tem também os seus limites… a nossa Liberdade termina onde começa a Liberdade dos outros… e isto só é possível em Democracia!

O 25 de Abril de 1974 libertou-nos de um Regime que não permitia a procura da felicidade por todos, pois ceifava a liberdade de discordar, de procurar caminhos diferentes…

O Regime deposto em 74, surgiu associado a uma grave crise económico-financeira e social, onde um distinto economista e financeiro emergiu… e ditou o destino do País durante quase 50 anos!

Fechámo-nos numa concha, onde Liberdade de Expressão era coisa que não existia. Polícia Política, Prisões, Perseguições, Censura, Opressão…

O País do Fado, Fátima e Futebol!

O País que parou no tempo. O País que oprimia o seu povo… e o forçava a vergar, a emigrar… ou a passar fome…

De Nação dos Descobrimentos, dona de metade do Mundo… a Orgulhosamente Sós… estranha… a Evolução da nossa Pátria…

Mas um Estado opressor, não sobrevive ao Desejo de Liberdade do seu Povo… mesmo que dure quase 50 anos!

Gente valorosa lutou no Regime e na Clandestinidade, desde muito cedo. Abril… Foi e É de

Todo Um Povo… Sem Contrato de Exclusividade com Ninguém!

Na Revolução menos sangrenta da História da Humanidade, enfeitada de cravos, “do Povo Sereno”, impulsionado pela coragem dos depois chamados “Capitães de Abril” (Que tanto nos Honra a Presença de Um Deles nesta Sala!)... Portugal iniciou o seu trajecto de Liberdade!

Não nos poderemos esquecer daqueles que lutaram, das mais diversas formas, Para Derrubar o Regime. Mas também Nunca poderemos esquecer aqueles que impediram a Substituição de uma Ditadura… Por Outra!

Porque uma Democracia pode ser imperfeita, mas é o melhor de todos os Regimes Políticos já testados. Burocrática e lenta por vezes, mas Cultiva a Liberdade e o Direito à Oposição, protegendo as minorias… e não há eficiência que valha… a perda destes Valores!

Só com eles, poderemos Todos Procurar a Felicidade… afinal… O Objectivo de Vida de Todo o Ser Humano…

Mas nunca poderemos dar como certa a existência de uma Democracia, de Liberdade, de Direito à Opinião, de Justiça Igualitária…

A minha Geração e as Futuras Podem tender a esquecer-se da nossa História Recente…

Não devemos esconder o que se passou, nem o que defendia Salazar e o seu Estado Novo…

Devemos recordá-lo e estudá-lo nas escolas, na televisão, na literatura… só assim… Evitaremos o Regresso de Qualquer Forma de Ditadura, Persecutória, Opressora da Liberdade e da Busca da Felicidade!

A evolução económico-social de Portugal desde 74 tem sido notória. A Descolonização, com as suas vicissitudes e imperfeições, permitiu que o Mundo deixasse de ter uma Visão de Portugal, enquanto Estado imperial e subjugador de povos.

As mulheres passaram a ter um papel cada vez mais importante e representado…

Sá Carneiro, Mário Soares e outros devolveram a Esperança aos portugueses…

A morte do primeiro, uma mancha irremediável, na então Jovem Democracia…

A entrada na União Europeia, potenciou o nosso crescimento económico, o bem-estar da população, a melhoria da qualidade e nível de vida, a comunicação com outros povos, a nossa (re)abertura a outras culturas.

A construção de vias de comunicação ao longo de todo o País encurtou distâncias, aproximou os portugueses, criou uma verdadeira mobilidade!

Os actos eleitorais permitiram alternância democrática e vincaram a nossa Liberdade… de Escolher! De Fazer! De Sonhar!

Mas Portugal, continua “Por se Cumprir”!

Temos vivido tempos difíceis, nos últimos anos, a mais grave crise económico-financeira e social Mundial desde a Grande Depressão é um facto, o flagelo do desemprego, o encerrar de empresas… Mas Não Justifica Tudo! Longe disso…

O amadurecimento da nossa Democracia trouxe também a descredibilização da nossa classe política... que por culpa própria… se parece afastar cada vez mais dos portugueses…

É necessário um novo modo de pensar e de actuar… é necessário cumprir com o que se diz e promete… é necessário que se responsabilizem os políticos pelos seus actos (ou falta deles)… as pessoas que não estão desinteressadas… estão fartas!

Mas não é apenas a classe política que “sofreu” com o amadurecimento democrático, a Justiça, também ela constantemente colocada na praça pública, surge como descredibilizada… a percepção do cidadão comum é de que a mesma é inoperante e que está longe de ser igualitária… parece mesmo existir uma espécie de sentimento de impunidade para algumas pessoas… e isso… tem que nos Envergonhar! E isso tem que nos Revoltar! E isso temos que Mudar! Doa a quem doer, afinal… a Justiça é Cega!

A comunicação social também evoluiu com a Liberdade, a tal ponto de ser por vezes difícil distinguir o que é ou não jornalismo… a tal ponto de gerar… muito interesse, muita cobiça, muito poder!

A Economia, abalada e dependente do estrangeiro está sob a ameaça de uma Tragédia Grega… esperemos que não chegue até nós… O Triste Fado Lusitano…

Mas os desafios do Mundo do século XXI vão muito além do amadurecimento democrático. Há a necessidade de derrubar ainda muitos muros… muitas barreiras… e certas formas de democracia estranhas!

Num Mundo verdadeiramente Global e cada vez mais imediato, a investigação científica e médica (biotecnologia, clonagem, etc.), a redefinição do conceito tradicional de família, a escassez de água, o aquecimento global e o Ambiente, o consumo desenfreado dos recursos naturais, que hipotecam o Futuro dos que virão… o frenesim tecnológico, a exponencial aceleração do ritmo de vida… as armas Nucleares, a melhoria do nível de vida das populações, o extermínio da pobreza!

O Barreiro, terra fabril e operária em tempos, procura o seu espaço e o seu rumo para a modernidade, para o desenvolvimento económico-social, para a melhoria da qualidade de vida da sua população. Tem como grande desafio a angariação de investimento que se traduza em emprego, em postos de trabalho, em pessoas, em solidariedade, em justiça social.

O antecipado e esperado investimento público, a Terceira Travessia do Tejo, por si só não resolvem um problema estrutural, não queremos tornar-nos definitivamente numa cidade dormitório, a caminho de Lisboa.

Devemos explorar as nossas potencialidades geoestratégicas e logísticas, o Ambiente e as Energias Renováveis, as novas tecnologias, as zonas ribeirinhas. Poderemos um dia tornar-nos um caso de estudo, de cidade fabril… a cidade tecnológica ambiental!

Nunca tendo liderado os destinos da Autarquia, o PSD no Barreiro sempre desenvolveu um trabalho de oposição, com trabalho, com pelouros, com responsabilidade, com lealdade, com provas dadas, com os diversos executivos… mas em Liberdade!

Minhas Senhoras e Meus Senhores,

Para Falar de Liberdade e Democracia, Todos os Minutos São Preciosos, Todos Os Minutos São Poucos, mas Muito Mais Que Falar Sobre Estes Valores, É Preciso Praticá-los e Cultivá-los, Todos Os Dias, Em Todos Os Momentos!

VIVA A LIBERDADE! VIVA A FELICIDADE! VIVA O BARREIRO! VIVA PORTUGAL!

Hugo Cruz

Deputado Municipal

Grupo Municipal PSD – Barreiro

In Assembleia Municipal do Barreiro Comemorativa do 36º Aniversário do 25 de Abril - 21/04/2010

16 março 2010

XXXII - Os Candidatos e outras estórias

O XXXII Congresso do PSD foi para mim uma estreia. Globalmente gostei da experiência, porém, não me parece que seja muito diferente de um Conselho Nacional (que nunca presienciei, mas acredito que não seja muito diferente), mas com público e claques. É que os intervenientes e oradores são os mesmos. Os "obscuros" delegados de Secção e afins não mediáticos ou não abaronados podem inscrever-se e ter o direito a falar, mas talvez lá para as 5 da manhã, além da hora do lobo.

Para os que duvidavam da sua utilidade, o Congresso "convocado" por Pedro Santana Lopes serviu, muito mais do que para análise de propostas de alterações estatutárias, para ouvir falar os candidatos à liderança do PSD em discurso directo.

Permitiu ainda confirmar o previsto, ou seja, os dois candidatos com hipóteses de disputar verdadeiramente as eleições são, sem sombra de dúvidas, Pedro Passos Coelho e Paulo Rangel.

Castanheira Barros... enfim... um quadro a reservar para outros trabalhos, sem grandes dons oratórios mobilizadores, mas pareceu-me uma pessoa franca e trabalhadora. Aguiar Branco, por sua vez, e infelizmente para o próprio não parece ter uma base de apoio digna desse nome e a pouca reacção dos congressistas aos discursos terão sido pouco menos uma chamada da vida real para o candidato. Não obstante, um muito bom parlamentar, embora comprometido com o actual estado das coisas.

Paulo Rangel fez um primeiro discurso bastante mobilizador de aplausos, porém, o conteúdo e a forma, bem espremidos, levantaram-me algumas dúvidas. Ou seja, sound bites em catadupa para arrancar aplausos. Frases feitas, ataques a Sócrates. Um outro aspecto que detectei, foi que para dar força de convicção ao que discursa, Paulo Rangel... grita! Pelo menos a mim, não me entusiasmou e infelizmente não me convenceu na sua convicção relativamente a diversos aspectos do discurso. Um bom discurso, e um bom orador, não precisam de gritar nem de colocar uma solenidade eclética às suas palavras. Não obstante, Paulo Rangel parece-me ser um muito bom quadro do PSD mas... precisa de mais "rodagem" e de desenvolver um conhecimento mais aprofundado do partido que milita... à menos tempo do que eu, que tenho 29 anos de idade. As referências a Sá Carneiro e à história menos recente do PSD seriam porventura desnecessárias. Pareceram-me bastante forçadas. Mas estudar, não faz mal a ninguém. E desenvolver capacidade para a memória é fulcral para quem tem ambição de um dia vir a ser Primeiro-Ministro. Como é que alguém se esquece que foi militante de outro Partido? Nada tenho contra ex-militâncias noutras organizações, mas por exemplo, nem Durão Barroso "se esqueceu" que foi militante do PCTP-MRPP. Porquê olvidar uma militância no CDS Paulo Rangel? O segundo discurso foi menos empolgante, mas Paulo Rangel corrigiu e complementou com alguns temas que não tinha focado na anterior intervenção. Um bom trabalho nesse aspecto.

Pedro Passos Coelho, deslumbrou-me no verdadeiro sentido da palavra. Não fui ao congresso completamente convencido, mas a verdade é que adorei o conteúdo e a forma dos discursos deste candidato. Pedro Passos Coelho não grita, o seu discurso "conversa" com os militantes que o ouvem em total silêncio. Impressionante, os quase mil delegados e outros tantos observadores e afins, em silêncio (aliás, praticamente os únicos momentos de silêncio no Congresso). Também não precisa de gritar, as pessoas vão reagindo ao discurso e as palmas e afins saiem. A convicção das suas ideias e propostas emana de si, aliás, para uma pessoa céptica e "difícil" como eu, confesso que dei por mim a aplaudir pontualmente de pé. Pedro Passos Coelho é, sem dúvida, uma político diferente. O suposto "incidente" com Alberto João Jardim talvez tenha "saído mal", mas eu percebi o que era pretendido... fazer ver que as pessoas podem divergir umas das outras, mas resolverem as suas diferenças, para bem de terceiros (e daí a comparação com Sócrates e o caso da Madeira). Pedro Passos Coelho foi também o único candidato a afirmar que José Sòcrates não era o único mal que nos assola. Lembrou que o Partido Socialista e os seus Governos têm sido globalmente nefastos, e que a simples substituição do Primeiro-Ministro não resolvia a situação. Dois discursos plenos de conteúdo, um mais direccionado para os militantes, outro mais direccionado para todos os portugueses.

Duas breves notas sobre as alterações estatutárias:

1) De saudar a decisão histórica de acabar com a possibilidade de existirem diversas seccções num município, uma medida a pensar no Concelho de Lisboa, onde existiam mais secções que em todo o Distrito de Setúbal por exemplo (medida apoiada por Carlos Carreiras, Presidente da Distrital de Lisboa). Tenho curiosidade em ver quem será o primeiro Prsidente da Secção de Lisboa!

2) De repudiar com veemência, o modo como decorreram as votações (culpa de Rui Machete, Presidente da Mesa do Congresso) que levaram a que a proposta C (iniciativa de diversas distritais), onde se pretendia um reforço de poderes das estruturas distritais (em detrimento da Comissão Política Nacional) na escolha de candidatos às diversas eleições, nomeadamente às legislativas, não obstante ter uma maioria de votos a favor, tenha sido "chumbada" por não ter votos suficientes para poder ser uma alteração estatutária. A "contagem de votos" foi pouco menos que escandalosa, e os "boys" e "barões" conseguiram evitar as alterações. Em suma, candidados a deputados e câmaras paraquedistas estão para durar. Enfim, a auto-preservação é talvez o sentimento mais primário do ser humano.

A figura do Congresso, no entanto, foi Fernando Costa, o Presidente da Câmara Municipal das Caldas da Rainha. Dos poucos a colocar o dedo em feridas, nomeadamente no ostracismo a que foi votado Pedro Passos Coelho e outros na feitura de listas para as últimas eleições legislativas, com um apelo forte a que este, se ganhar as eleições internas, "não faça o que lhe fizeram". De 10 minutos que teria para falar, Fernando Costa falou mais de 30! E atrevo-me a dizer que foi de todos, o mais aplaudido dos oradores.

Os ex-Presidentes do Partido fizeram bons discursos... com apelos à unidade... "bem prega Frei Tomás...".

Manuela Ferreira Leite, com a certeza de ter tido razão antes do tempo, no que toca à crise, à gravidade da situação, repetindo um discurso de Junho de 2008 em Guimarães. Enfim, mais do mesmo, por mais razão que tivesse, não convenceu os portugueses, não lhes deu ideias nem alternativas perceptíveis. Não se ganham eleições dizendo apenas o que não se vai fazer, ou só dizendo o que se vai Rasgar, Romper ou que se vai entrar em Ruptura. Manuela Ferreira Leite não deu Esperança aos portugueses... eu tenho Esperança em Pedro Passos Coelho, e no dia 26 de Março, vou fazer o meu papel, porque MUDAR é determinante e cumprir os compromissos assumidos para com os portugueses também! Paulo Rangel no Parlamento Europeu, Pedro Passos Coelho a liderar o Partido e o País!


Hugo Cruz

Militante N.º64733 do PSD

20 janeiro 2010

"Que importância estratégica tem para o Barreiro a concretização do projecto REPARA?"

Começo com o reconhecimento ao anterior e actual executivo da CMB pelo facto de finalmente estarem a ser procuradas as oportunidades do derradeiro QREN, em candidaturas para benefício do Concelho. E uma nota para o facto de não terem existido mais atrasos penalizadores nos processos de candidatura. Uma palavra muito concreta no que toca à Zona de Alburrica e Barreiro Velho, esquecidas durante 30 anos. Que este projecto permita uma requalificação efectiva destes espaços estratégicos para a Zona Ribeirinha do Barreiro. Porém, todas estas candidaturas fariam muito mais sentido se integradas numa estratégia global do município identificável e assimilada pelos barreirenses, bem como enquadradas num PDM actual e que projecte o Futuro do Concelho. Creio que o aproveitamento seria mais concreto e objectivo em vez de avulso. Com isto destacar também a parceria com a S.energia neste projecto, comprovando a utilidade deste tipo de organizações no âmbito municipal. Neste ponto também acredito que a criação de uma Agência Municipal para o Investimento permitiria uma actividade permanente de procurar todas as oportunidades e candidaturas que permitissem a fixação de empresas, a criação de emprego e um desenvolvimento económico sustentado no Barreiro, à semelhança do que fazem outros concelhos bastante competitivos (por exemplo, Gaia).

Hugo Cruz
Deputado Municipal PSD
in Jornal do Barreiro - Tribuna da Assemleia 15/01/2010

"Qual a melhor prenda que o Barreiro poderia receber este Natal?"

Comecemos pela “prenda” que os barreirenses de facto já obtiveram recentemente, ou seja, a fixação no máximo dos impostos locais, IMI, Derrama e Participação Variável no IRS, deliberado pela maioria CDU. Uma “oferta” que decerto os barreirenses dispensavam, sobretudo num perído de grave crise, como a que atravessamos. Mas o Natal simboliza união, família, solidariedade e esperança num futuro melhor, pelo que a melhor prenda que o Barreiro poderia receber este Natal seria sem dúvida a criação de postos de trabalho em número significativo, numa estratégia sustentada de angariação e fixação de empresas, que permitisse um desenvolvimento económico-social do Concelho, combatendo o flagelo do desemprego que tantas carências e desigualdades origina e potencia. Para tal, a criação de uma Agência local de investimento poderia ser um mecanismo determinante, à semelhança do que se passa em outros concelhos de visível desenvolvimento económico, como o PSD propôs no seu programa eleitoral. Por outro lado, e porque o Barreiro e os barreirenses o merecem, o investimento e visão de desenvolvimento deveriam alastrar-se a todo o Concelho e não apenas ao centro da Cidade. Corremos o risco de aumentarmos as assimetrias entre freguesias irremediavelmente.

A todos os barreirenses, um Feliz Natal e um excelente 2010!

Hugo Cruz
Deputado Municipal PSD
in Jornal do Barreiro - Tribuna da Assembleia - 24/12/2009