17 junho 2009

Cidade do Barreiro... e o Concelho?

No último mandato autárquico (e em muitos outros mandatos) a Cidade do Barreiro surge como que o ex libris do executivo camarário, nomeadamente no centro.

Não posso deixar de constactar que os investimentos (úteis e inutéis) têm surgido a pensar na Cidade do Barreiro, como que criando uma enorme fachada que esconde o restante Concelho.

Esquecendo (mesmo com muita dificuldade) que a escolha da localização do novo centro comercial Fórum Barreiro foi, no mínimo, duvidosa, errada e imcompreensível (por exemplo, Montijo e Almada construíram os grandes centros comerciais bem longe dos respectivos centros urbanos), estranha-se que as contrapartidas solicitadas pela Câmara Municipal do Barreiro ao promotor tivessem recaído exclusivamente pelo centro da Cidade, nomeadamente as obras de recuperação do Mercado 1º de Maio (necessárias mas que têm prejudicado os comerciantes deslocalizados) e a própria Avenida Alfredo da Silva (que aparentemente tem que ter obras e reestruturações em "todos" os mandatos... porque será?), quando existem muitas carências nas diversas freguesias.

Será que o Concelho do Barreiro não merece captação de investimento e construção de infraestruturas? Porque o Barreiro é um Concelho e não apenas uma Cidade, composto por 8 freguesias e nem todas elas são de... proximidade.

Que Barreiro pretendemos? Queremos densificar as zonas urbanas e o cariz de dormitório ou queremos a melhoria da qualidade de vida da população de todo o Concelho e a captação de empresas geradoras de emprego? Queremos obras de "fachada" e projecção ou queremos investimentos estruturantes e equipamentos em todas as freguesias ?

Porque é que a freguesia de Santo António da Charneca, que representa 25% da área do Concelho não tem um Centro de Saúde e não tem resolvido o problema das AUGI's?

Porque é que a freguesia da Verderena não tem praticamente espaços verdes e o estacionamento é caótico?
Porque é que a freguesia do Alto do Seixalinho está "velha" e degradada?

Porque é que a freguesia de Palhais e Santo André carecem de infraestruturas para os jovens?

Porque é que a freguesia do Lavradio necessita investimentos na higiene urbana e manutenção/ampliação de espaços de lazer?

Porque é que a freguesia de Coina não tem uma rede rodoviária capaz para o volume de tráfego que suporta?

Porque é que a CDU e o PS querem a aprovação do Plano de Urbanização (PU) da Quimiparque quando o Plano Director Municipal (PDM) do Concelho do Barreiro ainda não está revisto, nem estas forças manifestam ou manifestaram nos dois últimos mandatos vontade para o rever?

Vamos condicionar o Futuro do Concelho à Quimiparque ou vamos condicionar o futuro da Quimiparque aos objectivos do Concelho?

O Barreiro é todo um Concelho e não apenas uma Cidade.

10 junho 2009

Da Marinha Grande ao Imposto Europeu

Segunda-feira, 1 de Junho de 2009

Observando a evolução da pré-campanha eleitoral para as Eleições Europeias de 2009 e o início da campanha propriamente dita, a 24/05/2009, uma coisa pode ser constatada: o Partido Socialista, o Governo e o Primeiro-Ministro, sobretudo, têm medo do seu cabeça de lista, Sr. Professor Doutor Vital Moreira, e transparece que uma certa ideia de arrependimento deve atravessar a mente do Sr. Engenheiro José Sócrates.

Definitivamente, o PS não confia no seu candidato, cujo ponto alto, até ao momento, foi referir que tinha “a sua Marinha Grande”. Mas eu percebo o que Vital Moreira queria significar com esta afirmação. Queria significar, sem o saber, que a Marinha Grande, Concelho do Distrito de Leiria, teve um aumento de 44,2% do número de desempregados em apenas um ano (entre 31/12/2007 e 31/12/2008), o maior aumento do Distrito de Leiria.

Que melhor local para se vangloriar da “sua Marinha Grande”, que uma manifestação de trabalhadores? Afinal de contas, foi o candidato socialista que trouxe as questões Nacionais para as Eleições Europeias: Relembrou-nos, se é que tal era necessário, que este Governo Socialista tem sido sinónimo de Desemprego e de ineficácia no combate ao mesmo.

Não obstante as cenas absolutamente lamentáveis que ocorreram na manifestação da CGTP, muito lamentável foi também o aproveitamento político que o Sr. Professor Vital Moreira e o Partido Socialista tentaram retirar da situação.

Mas a (Pré)Campanha Socialista teve um início fulgurante, com o Partido a referir oficialmente que apoia uma recandidatura de Durão Barroso à Presidência da Comissão Europeia e o cabeça de Lista às Eleições Europeias a referir que não apoiaria uma Candidatura de Durão Barroso. Enfim, depois foi “obrigado” a emendar-se e a explicar e explicar…

Entretanto, um Imposto Europeu parece ser a solução do Professor Vital Moreira para o financiamento da União Europeia. Mas quando questionado para explicar, indicou que apenas desenvolveria o tema, após ser eleito. Interessante, um candidato que esconde e não explica as suas (faltas de ou más) propostas. Mas mais uma vez… foi obrigado a emendar-se e a explicar e explicar…

Por isto tudo, o Eng.º Sócrates e outras ilustres figuras socialistas não deixam agora o candidato fazer campanha “sozinho”. O medo instalou-se. O PS percebe tardiamente que vai perder as Eleições Europeias.

O Dr. Paulo Rangel não precisa de “moletas”. É um candidato com ideias e não receia explicá-las, pois sabe do que fala.

Com tudo isto, pergunto: Você, já tem o País que quer ou no rumo que quer? Vai votar no PS e em Vital Moreira?

Pois, eu também não, por isso, todos às urnas já a 7 de Junho, para as Eleições Europeias e em Outubro para as Autárquicas e para as Legislativas.

Hugo Cruz
Vice-Presidente CPS/PSD Barreiro
Artigo de Opinião

A MORTE DE UM CENTENÁRIO...

Segunda-feira, 16 de Fevereiro de 2009

Dizer e repetir que uma fábrica tem que cumprir as normas ambientais em vigor, parece senso comum, bem como também parece senso comum referir que qualquer negócio tem que ser rentável e sustentável, sendo que se mostrar determinante para a economia de um determinado local ou mesmo do País, deverá também ser apoiado e incentivado “com unhas e dentes” pelo poder político e pela comunidade em que está inserido, sobretudo em alturas de crise.

Facto consumado, não podemos deixar de questionar o que fazer com esta gente que dedicou uma vida de trabalho à indústria do Barreiro e que cai agora no desemprego. 152 pessoas para já. 152 famílias que terão um presente e um futuro com muitas incertezas. De quem é a culpa? Da empresa? Do mercado? Da “crise”? Dos trabalhadores? Dos sindicatos? Dos patronatos? Do Governo? Da Câmara Municipal do Barreiro? Dos moradores limítrofes que tanto questionaram as questões de segurança e ambientais da fábrica? Da concorrência?

Não sei… a certeza que me surge é que estamos a assistir à morte de um centenário… “é velhinho, com cem anos o que se esperava?”…

Mas o que desaparece não é simplesmente uma fábrica… empregos… o que desaparece é o símbolo do Barreiro por excelência. Sim… O Símbolo do Barreiro enquanto terra industrial e de gente de trabalho árduo e de espírito empreendedor e fraterno. De gente com ambição. Esse símbolo que transformou o Barreiro numa cidade, muito mais que qualquer moinho ou barco varino que alguns tanto prezam.

Não adianta esconder uma estátua. A indústria, nomeadamente a CUF terão sido porventura o símbolo mais importante da história da nossa cidade.O Barreiro não pode sucumbir à transformação em dormitório. Mais do que nunca urge lutar pela concretização de projectos que podem potenciar o desenvolvimento empresarial da Cidade, nomeadamente a Terceira Travessia do Tejo (TTT).

Barreirenses… Vamos todos apoiar e incentivar as empresas do nosso Concelho. Vamos atrair investimentos. Vamos gerar emprego. Vamos trabalhar.Porque o Barreiro é a nossa terra… porque os Barreirenses merecem um futuro melhor!

Hugo Cruz
Vice-Presidente CPS/PSD-Barreiro
Artigo de Opinião